Fusão Claro e Nextel: Cade aprova compra sem restrição

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Claro compra Nextel

Anunciada em 18 de março de 2019, a NII e AI Brazil Holdings, atuais controladoras da Nextel, fecharam a venda com a América Móvil, dona da Claro, por US$ 905 milhões. Na transação, a Claro seria a detentora de 100% da Nextel. Porém, esta fusão causou muita discussão a respeito de um possível desequilíbrio no setor, já que a Claro então seria a segunda operadora do país com 26,4% da parcela de mercado. Veja todo o processo de autorização da compra!


O anúncio da aquisição da Nextel pela Claro foi recebida com certa surpresa no mercado de telecomunicações, já que, o que era dito nos bastidores que a Tim era a principal interessada pela compra e não a Claro.

Realmente a operadora italiana parecia ser a mais contrariada com a aquisição. No final de outubro, pediu ao CADE (Conselho Administrativo Econômico) uma revisão da compra da sua concorrente, alegando considerar preocupante o possível duopólio do mercado.

Para tal, é necessário contextualizar: a Nextel possui uma licença nacional na frequência de 2.100 MHz, além de 1.800 MHz em alguns locais. A Claro possui licenças nacionais de 700 MHz, 1.800 MHz e 2.100 MHz, além de 850 MHz em alguns estados. O que isso representa? A Claro passaria a ter uma considerável quantidade de espectros em poder, sendo detentora de mais vantagens frente à concorrência e estaria próxima do domínio de mercado.

O desejo da Tim era que parte das frequências da Nextel fossem destinadas a concorrência, como medida de uma divisão uniforme de recursos espectrais no Brasil.

Junto com o pedido de reconsideração da compra, a Tim enviou um questionário para Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) com um pedido de análise de todas as questões levantadas contra a aquisição. A agência até a semana passada não havia se posicionado, assim como o Cade, ambas instituições estavam analisando o recurso da Tim

Depois de um período de espera, a ansiedade da Claro terminou com o anúncio da recusa do recurso da Tim pelo Cade realizado no dia 11 de dezembro de 2019. Agora a operadora pode finalizar a compra e ser dona da Nextel.

A decisão aconteceu depois do voto do relator Sérgio Ravagnani contra o pedido de reconsideração da compra. “A operação não desperta maiores preocupações. A TIM desconsidera o uso de tecnologias alternativas e, além disso, o mercado deverá passar por diversas operações decorrentes do leilão 5G”, comentou Ravagnani. O relator teve apoio de todo o conselho do Cade e por unanimidade foi decidido que a fusão entre Claro e Nextel não apresenta risco para o mercado de Telecomunicações. Além disso, Sérgio Ravagnani disse que ficará de olho nas movimentações do setor e que acompanhará de perto todas as transações.

Espera-se que a compra seja finalizada até o dia 18 de dezembro de 2019. A princípio, o que se sabe é que as operações da Nextel serão incorporadas a Claro.